segunda-feira, 14 de outubro de 2013

SINTAGRI  NOTÍCIAS
Ano III   nº 41  - 14/10/2013 -  Filiado a Faser e Fetrab

80 ANOS DE REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DO
ENGENHEIRO AGRÔNOMO

 “É bom olhar pra trás e admirar a vida que soubemos fazer”, sugere a letra da música  do compositor  Nando Reis.
   Ao comemorarmos 80 anos da aprovação do Decreto 23.196 de 12 de outubro de 1933, assegurando  em lei o exercício da atividade profissional  e   suas atribuições, vimos o engenheiro agrônomo acentuar na sua formação  o caráter eclético valorizando  sua capacidade  para gerar e aplicar os conhecimentos científicos e técnicas agronômicas, adequando a sólida  formação humanística a uma agricultura racional e integrada, voltada para o desenvolvimento de uma consciência social, econômica e ambiental  crítica e criativa pertinentes ao mundo rural,  na busca da melhoria da qualidade de vida das famílias rurais.
   A  história da profissão nasce com a ciência agronômica  na segunda metade do século 19, resultante da gradativa extinção da escravidão, do  declínio da cana-de-açúcar no nordeste e a pecuária no sul. Desta situação nasceu em 1859 o Imperial Instituto Baiano de Agricultura, com o objetivo de desenvolver tecnologia capaz de substituir a mão-de-obra escrava e melhorar a produção das lavouras. No ano 1875, também na Bahia foi fundada a primeira escola de agronomia do Brasil em São Bento das Lages.    
    O ensino da agronomia só foi regulamentado oficialmente em outubro de 1910, 35 anos depois de criada a primeira escola de agronomia e o decreto não deixava dúvida sobre o papel dos profissionais nas políticas de governo; “o ensino visa a instrução técnica para o desenvolvimento das grandes propriedades”.
   A trajetória e o reconhecimento profissional ganha outra expressão a partir dos anos sessenta, quando a agricultura brasileira começou a sofrer acentuada transformação tecnológica, orientada por um processo de internacionalização, baseada em pacotes tecnológicos gerados a partir da revolução verde. Esse processo chamado de modernização da agricultura reduziu a importância da atividade agrícola a subsetor da indústria priorizando as culturas para exportação.
    O uso abusivo e indiscriminado de agrotóxicos levou os engenheiros agrônomos comprometidos com a segurança alimentar, com a preservação ambiental e principalmente com a saúde dos agricultores a conseguir junto ao Congresso Nacional a aprovação da lei que disciplina o uso dos agrotóxicos em todas as suas etapas e estabeleceu a obrigatoriedade da prescrição do receituário agronômico  e  a orientação técnica .
    Vários e importantes projetos voltados para o desenvolvimento rural têm a decisiva participação dos profissionais da agronomia na pesquisa científica e extensão rural, onde a melhoria genética - tanto animal quanto vegetal - transformou o Brasil em um país de destaque no cenário internacional na produção de alimentos e matéria- prima,  visto que além da incorporação de um número expressivo de hectares, principalmente no cerrado, culturas foram  adaptadas para a expansão da fronteira agrícola e consequente aumento da produção e produtividade.
    A luta por uma agricultura sustentável, harmonizada com o meio ambiente, fez com que os profissionais por meio  de suas organizações dessem  início já nos anos 70 do debate sobre a agricultura orgânica e pudéssemos 40 anos depois chegar à aprovação da lei  de incentivo à produção agroecológica, tão importante para a nossa biodiversidade.
    Muito temos a comemorar, mais ainda para refletir sobre a importância do nosso conhecimento na melhoria da qualidade de vida das populações, com inclusão produtiva e justiça social e na luta pelo respeito ao salário mínimo profissional, pela ocupação dos espaços de gestão que os nossos conteúdos formativos nos asseguram e por uma formação cada vez mais sintonizada com um país de  todos, principalmente para os que mais necessitam.

Colaboração: Engº. Agrº. Jonas Dantas dos Santos – Representante da Faser / Sintagri no Condraf


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