quinta-feira, 1 de novembro de 2012

       SINTAGRI- NOTÍCIAS
               Ano II   nº 32  - 31/10/2012 -  Filiado a Faser e Fetrab


PREVIDÊNCIA SOCIAL JUSTA:
UMA LUTA CONCRETA DOS
TRABALHADORES BRASILEIROS

Fator previdenciário em pauta na Câmara dos Deputados
 
De CAROLINA  MATOS
SÃO PAULO
UOL

“O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), acaba de colocar na pauta de votação do período entre os dias 20 e 23 de novembro o projeto de substituição do fator previdenciário. A informação, passada à Folha pelo gabinete do deputado, vem após a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, afirmar nesta terça-feira (30) que o governo não quer a votação do projeto neste ano. Ainda segundo informações do gabinete, Maia não encontrou resistência entre os líderes da Casa para a colocação do texto na pauta. A votação, no entanto, não está garantida. Ela pode ser confirmada ou cair da pauta conforme avaliação dos próprios líderes na próxima reunião do grupo, no dia 20.

A análise da proposta é de interesse do presidente da Câmara, que havia anunciado ontem que colocar o texto em votação até o início de dezembro.

O fator - índice que reduz o benefício por tempo de contribuição de quem se aposenta cedo-- foi criado para estimular o adiamento do benefício, mas, na prática, isso não ocorreu. Os trabalhadores continuaram a se aposentar cedo, com valor menor, e optaram por continuar na ativa após receber o benefício. Além disso, há um agravante: em razão do fator, é impossível para o trabalhador programar sua aposentadoria. O índice muda --para pior-- todos os anos, com a evolução da expectativa de sobrevida da população.

"Eu já deixei bastante claro ao presidente Marco Maia de que há, da parte do governo, uma situação de não concordância de que esse tema entre na pauta", afirmou a ministra após reunião com o presidente da Casa. "Agora, obviamente, a Casa tem a sua autonomia e deverá ser pautada ou não dependendo da deliberação da própria Casa".

As negociações com o Executivo para a votação do texto começaram após pressão dos parlamentares antes do recesso parlamentar em julho. Àquela época, começaram as discussões nos ministérios da Fazenda e da Previdência sobre o tema. Fontes do Palácio do Planalto, no entanto, dizem que as duas pastas não chegaram a um denominador comum sobre uma proposta que seja interessante para os cofres do governo. A pauta, no entanto, tem sido defendida pessoalmente por Maia, que afirmou que colocaria o projeto que substitui o fator até o fim do seu mandato na Presidência, que acaba no início do ano que vem. O PDT chegou a ameaçar impedir outras votações em agosto se não houvesse uma solução sobre o tema das aposentadorias no retorno dos trabalhos legislativos em agosto, mas a pressão não se confirmou e não houve obstrução nas sessões durante o período eleitoral.

Além do PDT, partidos de oposição se mostraram favoráveis à análise do tema no meio do ano. Ideli disse que discutiu com Maia e que pretende conversar com o presidente do Senador, José Sarney (PMDB-AP), sobre a agenda de votações até o fim de 2012. Ela apontou que o calendário é curto e que muitas medidas provisórias (MPs), consideradas prioritárias para o governo, e a peça orçamentária precisam ser votadas até o fim do ano.

Ideli disse que é praticamente impossível analisar propostas de interesses do Planalto e do Parlamento nessas condições sem que haja acordos e que vai se empenhar nessa tarefa nos próximos dias.

FÓRMULA 85/95 - A pressão pelo fim do fator aumentou há cinco anos. O Congresso chegou a aprovar sua extinção, mas o então presidente Lula vetou a proposta em 2010 por não haver um substituto para o índice.

Agora as discussões voltam-se para o chamado fator 85/95, que já foi discutido anteriormente, mas acabou descartado. Como o governo não aceita o fim puro e simples do fator atual, a fórmula voltou a ser cogitada. A proposta é simples: aposentadoria integral quando a soma da idade do segurado com seu tempo de contribuição for 85, para mulheres, e 95, para homens. O tempo mínimo de contribuição (30 anos, para mulheres, e 35, para homens) seria mantido.”

Fls. 01


UM POUCO DE HISTÓRIA
 

Alguns instrumentos isolados e de reduzido alcance, aproximando-se do conceito previdenciário ocorreram no Brasil durante o Império. Entretanto, somente em 1923, já expressando, pela organização e poder de pressão dos trabalhadores foi editada a denominada Lei Eloi Chaves, primeiro marco regulatório e de formação do sistema previdenciário brasileiro, criando as Caixas de Aposentadorias e Pensões – CAPs, organizadas inicialmente por empresas ferroviárias, expandindo-se ao longo do tempo para outras categorias de trabalhadores.

O Governo Vargas, em 1933, por iniciativa própria e em resposta ao maior poder de pressão da classe trabalhadora urbana e seus sindicatos, ampliados e fortalecidos, garantiu a interveniência do Estado como regulador do sistema de aposentadoria e pensões  criando os  Institutos de Aposentadoria e Pensões – IAPs,  com os trabalhadores agrupados por categoria profissional. Logo em 1940, o Governo Vargas configura em termos mais definitivos o sistema previdenciário brasileiro, promovendo a integração das instituições previdenciárias, criando o Instituto de Serviços Sociais do Brasil. Em 1960, o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS, unificando definitivamente as instituições previdenciárias, incluindo no sistema os empregados autônomos. Em 1963 foi criado o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural – FUNRURAL, estabelecendo direitos e deveres dos trabalhadores e produtores rurais.

Estava configurada uma legislação previdenciária, regulada e assumida pelo Estado Brasileiro, importante instrumento de estabilidade social.  

Até mesmo durante a Ditadura Militar, instalada no Brasil com o Golpe de 1964, o sistema previdenciário avançou. Em 1966, quando foi criado o Instituto Nacional de Previdência Social – INPS e na década de 70, quando foi estendido o direito previdenciário para trabalhadores rurais e empregadas domésticas e a inclusão dos acidentes de trabalho. Posteriormente,  em 1990, foi feita a unificação definitiva do sistema previdenciário brasileiro com a criação do órgão regulador único, o Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS.

Mas o fim da tranquilidade previdenciária dos trabalhadores brasileiros começa a entrar em uma triste página. O governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1999, cria o fator previdenciário, em nome de um falso alegado déficit no sistema (o SINTAGRI divulgará, posteriormente, a farsa dessa alegação), obrigando aos trabalhadores a mais tempo trabalharem e contribuírem e, assim mesmo, não conseguindo alcançar o teto a que teriam direito em função do que recolheram ao INSS durante toda sua vida laboral. Também nesse período até os dias atuais inicia-se a intenção clara de privatização do sistema previdenciário brasileiro. E isto continua até mesmo nos governos Lula e Dilma.

É o grande capital financeiro querendo mais uma via de exploração das TRABALHADORAS E TRABALHADORES DO BRASIL.

É chegada a hora de lutar. Vamos pressionar o Congresso Nacional para extinguir o Fator (redutor) Previdenciário. Está na hora da participação efetiva das grandes centrais sindicais atuarem, verdadeiramente ao lado dos trabalhadores, convocando de imediato uma GREVE GERAL de advertência e se preparando para uma luta mais radical.
Fls.02
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